sábado, 25 de junho de 2011

Descartes e a psicologia da dúvida

René Descartes(1596-1650) foi um filósofo,matemático,cientista e escritor francês,é considerado o “Pai da Filosofia Moderna”.A  Europa,que estava em “conflito” com a filosofia medieval e cética.O principal instrumento de sua filosofia era a dúvida.Seu objetivo era superá-la e usando-a como método para encontrar a verdade absoluta.
Descartes foi uma figura central no racionalismo do século XVII,e fez oposição a escola empirista.Como inventor do sistema de coordenadas cartesianas,fundou a geometria analítica.
A Filosofia Primeira a que se refere Descartes é a Metafísica, compreendida como o estudo dos princípios do conhecimento – entre os quais estão as explicações sobre Deus e a alma e todas as noções claras e simples que estão em nós. Descartes propõe, nos Princípios da Filosofia, uma analogia da filosofia como uma árvore, na qual a Filosofia Primeira, ou Metafísica, seria equivalente às raízes; a Física, que examina a composição do universo, seria o tronco; e as outras ciências seriam os ramos da árvore.
Ele deu o pontapé inicial naquilo que se tornaria mais tarde o mais importante projeto filosófico para as gerações seguintes.A primeira coisa com a qual ele se preocupou foi com aquilo que já sabemos,isto é,com a questão de saber se nossos conhecimentos eram seguros.A segunda questão que mais lhe ocupou a atenção foi a relação entre corpo e alma.
Descartes acreditava que nada era verdadeiro,enquanto nós mesmos não tivermos reconhecido claramente que se trata de algo verdadeiro.Para conseguirmos isto,temos que decompor um problema complicado em tantas partes isoladas quanto possível.E então podemos começar pelo pensamento mais simples.Podemos dizer que cada pensamento deve ser “pesado e medido”,mais ou menos como Galileu queria medir tudo e transformar em mensurável o que fosse incomensurável.Descartes queria aplicar o “método matemático” à reflexão filosófica.Ele queria provar as verdades filosóficas mais ou menos como se prova um princípio da matemática,empregando para tanto a mesma ferramenta que usamos no trabalho com números:a razão.A razão é a única coisa capaz de nos levar a um conhecimento seguro,pois nada nos garante que nossos sentidos são confiáveis.
Mas as dúvidas de Descartes iam mais fundo ainda…
Mesmo quando sonhamos,acreditamos viver algo de real.E existe alguma coisa que marque a diferença entre as sensações que experimentamos no sonho das que vivemos quando estamos acordados?”Quando penso com cuidado no assunto,não encontro uma única característica capaz de marcar a diferença entre o estado acordado e o sonho”,escreve Descartes.E prossegue:”Tanto eles se parecem,que fico completamente perplexo e não sei se estou sonhando neste momento.”
Após refletir sobre este assunto,chega a conclusão de que a única coisa sobre a qual poderia ter certeza era a de que duvidava de tudo.E foi então que compreendeu o seguinte:se havia um fato de que ele podia ter certeza,este era o fato de que duvidava de tudo.Se ele duvidava,isto significava que ele pensava.Ou,como ele mesmo dizia:”Cogito,ergo sum“,que quer dizer “Penso,logo existo.”
O propósito da dúvida é encontrar um ponto de certeza que esteja a salvo do Gênio Maligno-certeza que formula a partir do “Cogito,ergo sum”que representa a descoberta de que se eu posso ser enganado e me enganar,então sou alguma coisa.
Ele reconhece que também possui uma clara e nítida ideia que seja um ser perfeito.Trata-se de uma ideia que ele sempre teve e para Descartes é evidente que tal noção não poderia vir dele próprio.Descartes afirmava que a noção do que fosse um ser perfeito não poderia brotar espontaneamente de um ser imperfeito.Assim,a noção de um ser perfeito tinha que vir,naturalmente,de outro ser perfeito.Em outras palavras:tinha de vir de Deus.Para Descartes,portanto,a existência de Deus é algo tão evidente quanto o fato de que  alguém que pensa é um ser,um Eu pensante.
Com a certeza da existência de Deus,o argumento do Gênio Maligno perde sua força,pois Deus não pode enganar-ou não seria Deus.
Para ele o home é um ser duplo:Res cogitens(pensamento) e res extense(matéria).
Descartes acreditava que o pensamento é consciência pura,não ocupa lugar no espaço e,portanto,não pode ser decomposta em partes menores.A matéria,ao contrário,é só extensão,ocupa lugar no espaço e pode por isso ser decomposta em partes menores ,mas não possui consciência.
Um dos aspectos mais importantes da filosofia cartesiana é a rejeição de toda e qualquer autoridade distinta da razão no processo da fundamentação do conhecimento.Descartes proclamava a independência da filosofia,que deve se submeter apenas a razão-e essa independência se estende a física e a todas as ciências.

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